Gordura localizada

Hoje, no trabalho, um aluno de três anos, de outra turma, estava com a gente.
Num dado momento ele olha para Vivian, que está grávida, e dispara:

- Você está gorda, tia!

Ela ri e explica que tem um bebê ali dentro e que, semelhante ao aluno, o nome do bebê é Guilherme.
A cara de espanto da criança foi inevitável. E junto com ela, a pergunta:

- E ele vai sair daí???

O que tem na cabeça?

Em conversa sobre as partes do corpo, nos ativemos em primeiro lugar - como deveria ser - à cabeça. Ao colocar a mão sobre a mesma perguntei aos meus lindos alunos:

- O que temos aqui? (referia-me à cabeça e cabelo)

Uma linda princesa responde bem rápido:

- é piolho tia!!!!!

Fazer o quê né?!

Saída pela direita...

Mais uma do Ton.

Ele resolveu empurrar a Corujinha e eu vi. Ela, claro, começou a chorar.
Peguei-a no colo e fui cumprir meu papel de educadora: chamei o menino para ir onde eu estava com a Corujinha nos braços, e ele com cara de paisagem pra mim.
Chamei de novo, e como resposta, apenas cara de paisagem. ** Pausa explicativa: ele não é um menino mal-criado, só é inseguro horrores. **
Insisti e falei:

- Ton, ainda estou esperando!!

Neste momento, ele faz a cara mais compreensiva do universo, vem até mim e pergunta:

- Você ainda está esperando a sua mamãe, tia?!

Não resisti e caí na risada. Ele percebeu que eu estava no papo. Foi então que Corujinha saiu do colo e apontou para o local do crime e disse "dodói". Ton, mais que depressa, faz cara de professor e, mão na cintura e dedo apontado, solta:

- É, não pode ir lá não, tá? Lá faz dodói!!!

Quando eu finalmente parei de rir e consegui conversar com ele, ele me olhou atentamente, abraçou a amiga e mais que depressa mudou de assunto:

- Tia, olha, tem um monstro lá! Você já viu?!

Isso é sacanagem, tia!!!

Após a rodinha diária, as crianças pediram que fizessemos exercícios de alongamento (um costume nosso)... Nos empolgamos e acabou virando uma aula de ginástica... Para retornarmos a calma, pedi que deitassem no chão e pensassem em coisas que gostassem... A aluna Ad., muito perspicaz, acaba comigo...

-Vamos deitar no chão... Fechem os olhos... Pensem em coisas legais... Uma taça de sorvete de chocolate... Uma pizza cheia de queijo... Um copo bem grande de refrigerante... Brigadeiro...

-Oh, tia... Eu vou ter que pensar nesse monte de coisa gostosa só porque você tá pensando é?! Isso é sacanagem, tia!!!

-Vamos levantar gente... Acabaram com o relaxamento...

Rei Leão esperto

Ton, um dos novos alunos, gosta muito de leões.
Quando a mãe chega com ele de manhã, sempre rola um pouco de manha. Leve, mas rola.

- Entra aqui, mamãe. Fica aqui dentro comigo.
- Mas eu preciso ir pra casa, filho.
- Só um pouquinho, mamãe. Entra aqui.....

Aquela carinha triste me comove, mas sei que a mãe precisa ir e, numa tentativa de distrair a criança, convido:

- Ton, vamos lá na brinquedoteca ver o leão?

Ele topa, me dá a mão e nós vamos até a outra sala.
Nisso, claro, a mãe se vai. Ao voltar, ele percebe a artimanha e pergunta, em meio a suspiros, pela mãe. Respondo alguma coisa e a vida segue.
Pouco tempo depois, outro aluno chega. Este último, chorando, berrando e se jogando no chão, porque não quer que a mãe vá embora.
Ton, que observa a tudo de longe, vira pra mim e diz:

- Tia, leva ele pra ver o leão lá na outra sala.

O mistério da água ou do copo?

Recebemos novos copos de água para a turma e não nos importamos de tirar a etiqueta do fundo do copo. Ao beber a água P.H. olha a etiqueta no fundo externo do copo e diz:

- Tia: não qué água não, tá suja!!

Como convencer que não está suja?

o que houve com o cachorro?

Logo no início das aulas (período de adaptação) circulando com o P.H. pela escola, paramos na secretaria e Tia Selma perguntou:

Porque tá chorando P.H.?

Ele respondeu: Quero minha mãe!

Então ela continuou: Olha só, não chora não brinca com o meu cachorrinho mas não perde ele! (um cachorrinho de enfeite)

Ele olhou e respondeu: Porque ele (o cachorro) não anda?!

E agora como responder?

Nada de lanche de casa !!!!

Estamos conversando com as crianças e aos poucos convencendo-as de que uma alimentação saudavel não é feita com doces, balas e afins. Estamos trabalhando a alimentação da escola que é preparada pra eles, etc. A maioria não traz mais lanche de casa. M.A. ainda resiste. Estava ele com um suco de caixa e um pacote de biscoito amanteigado:

- Toma seu lanche M.A. Já disse pra não trazer lanche de casa, né?
- Não tia... esse não é de casa não! Minha mãe comprou na casa de biscoitos...

Ele sabe quem é quem...

M.A. tem o mesmo nome do pai. Na rodinha, estávamos trabalhando "quem sou eu" e "onde moro". O grupo mora todo na comunidade, com exceção de M.A. que mora em outro bairro. Fiz as perguntas e o grupo me respondeu em coro e fiz individual com M.A. O diálogo seguiu assim:

- Finge que não conheço você, ok?
- Tá bom!
- Qual é o seu nome?
- M. A. (...)
- Onde você mora?
- No B.
- Onde fica esse lugar?
- Em Niterói.
- Qual é o nome da sua mãe?
- É A.
- É o nome do seu pai?
- É M. Mas ele tem cabelo na barriga e no "suvaco"!...